Poesias no Caminho
“O conhecimento exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer uma ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica em invenção e em reinvenção". Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido, 1968 (e ainda tão atual).
Sou Mestre em Comunicação e Semiótica (2019) com a pesquisa "Corposmídia em trajes de cena: desafios para pensar/criar/mover figurinos e figurinistas no cinema", com orientação da Profa. Dra. Christine Greiner. Graduada em Design de Moda pela Faculdade Senac (estilismo) e em Dança e Performance pelo curso de Comunicação das Artes do Corpo na PUC-SP, tenho os valores do Figurino e das Artes dos Corpo como ambiente de relação entre movimento, ação e contexto, conduzindo-os como base para uma pesquisa híbrida e teórico-prática tanto na criação e desenvolvimento de figurinos e artes do corpo, quanto na criação e desenvolvimento de ambientes abertos ao processo de ensino-aprendizagem.
Desenvolvo figurinos desde 1998 para diversas linguagens artísticas: cinema, teatro, foto, dança, performance (e até publicidade). Também criei e interpretei algumas peças de dança e performance - onde em muitas delas também desenvolvi os figurinos.
A arte me mostrou tanta complexidade ao ler o mundo que me levou ao encontro da educação.
Fui educadora do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias, por quase 8 anos, onde usei a ferramenta figurino para "desenformar" oito turmas de jovens oriundos das periferias da cidade. O certo seria dizer "formei", mas este termo não me representa, mesmo que ele queira dizer que cada um assumiu uma forma própria ao final do curso; penso que cada educando se lançou às incertezas do mundo ao terminar o ciclo no Instituto. Orientei durante este tempo, também, curtas-metragens ficcionais e documentais com jovens de outras oficinas tudojuntomisturado e estive próxima da Coordenação todos os anos pensando junto as estratégias do programa de formação. Participei do programa "Vídeo na Escola" (onde fui consultora em sua criação e educadora do projeto piloto e da primeira aplicação, vindo a ser chamado posteriormente de “Vídeo Criar”) nas escolas estaduais da cidade, mediando, junto com os jovens, alguns saberes para que eles pudessem fazer vídeos simples, porém completos, para poderem falar de suas realidades ou ficções, por meio da linguagem do audiovisual, com as tecnologias disponíveis em seu entorno.
Também fui educadora do projeto Abracadança, por 2 anos e meio, no contra turno da Escola Móbile, onde a dança contemporânea foi ferramenta de descoberta para crianças de 4 a 6 anos, não oriundas das periferias – pelo contrário; oriundas de uma realidade bastante abastada e ainda plurais em seu infinito infantil. Lá trabalhamos com a dança como ferramenta para submergir no universo lúdico das crianças. Imagina a dança saindo de dentro de uma mala. Imaginou? Pode ser que uma aula tenha sido assim.
E, antes que eu me esqueça de dar a devida importância ainda que em minha apresentação profissional, sou mãe do Joaquim, nascido no inverno de 2012 num parto domiciliar transcendental. Praticamos, eu e meu companheiro – pai de Joaquim - uma criação livre que possa lançá-lo aos desafios da vida com muita autonomia, confiança e afetividade. Tomara que estejamos no caminho certo!
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